Tuesday, September 01, 2009

Talvez

Meses sem escrever e mais outros sem comer amanditas. Continuo achando esse um ano estranho. Sábado estava sozinho por opção e caminhando no calçadão fiquei algumas horas vendo o reflexo da lua na baia de Guanabara. O cristo estava lá de braços abertos abençoando algumas pessoas e o Pão de Açúcar aceso parecia que não ia receber nenhum show bacana naquela noite.

Meus pensamentos eram invadidos a todo o momento por lembranças, por planos no futuro e no meio disso tudo uma música da Roberta Sá que cismava em repetir: “Não deixe idéia de não ou talvez, que talvez atrapalha” ...O talvez é um passaporte para o mundo das fantasias. E não sei por que deixamos esse talvez nos dominar. E o talvez cresce com uma facilidade admirável.

Nos últimos meses entrei numa onda de Amy Winehouse – sem a parte das drogas – beber foi uma alternativa a mesmice. E mais! Beber foi uma espécie de pílula para bloquear o talvez que me rondava nos últimos meses. O mais surpreendente das bebedeiras foi ver o comportamento em volta e o meu mesmo: volta-se a adolescência. Volta-se ao tempo que a responsabilidade era desconhecida, que o seduzir era uma espécie de troféu para a noite. E não é que ganhei alguns troféus?

Ainda não estou pronto para escrever, ainda fico calado fazendo caminhadas noturnas no calçadão e vendo o Rio do outro lado da baia. Ainda espero que as bênçãos do Cristo chegue até mim. Só não quero flechas de cupidos. Talvez o amor não seja para mim. Talvez esse talvez seja o mais verdadeiro de todos.