2009 foi anunciado como o ano de crise econômica. O ano começou com tudo. Um verão como não se via há tempos no Rio, chuvas de verão com hora marcada, engarrafamentos sem grandes motivos, mortes em cruzeiros bacanas, famílias inteiras de bolivianos nas ruas brasileiras e pouca falta de paciência. E não será só o ano da crise econômica será também o ano da crise pessoal. Eu estava com mil planos profissionais e chegou tudo que eu quis só que de forma distorcida e tenho pouco menos de um mês para decidir. Concurso público ou empresa privada? Rio ou São Paulo?Uns amigos comentaram comigo a mesma coisa dessa estranheza de começo de ano e... de novo é culpa da porra do inferno astral? Ou o que?
Esse fim de semana fiquei no Rio e fui os dois dias na praia: reserva na Barra e Ipanema. Passei à tarde com uma grande amiga na reserva conversando e tomando banho de mar. O dia tava lindo, a praia sempre vazia e sem vendedores gritando no nosso ouvido. Senti falta daquele mate geladinho com água duvidosa, mas domingo matei a vontade. Entre um mergulho e outro fiquei pensando na minha vida, olhando o céu azul e claro da Barra, o silêncio imenso no fundo do mar, nos meus 32 anos completados há pouco tempo, no namoro de nove meses, na minha família, nos meus sobrinhos, nos meus poucos amigos, nos livros que eu já li, nos que eu gostaria de ler e nos conselhos que tinha dado minutos atrás para essa amiga. E às vezes eu não percebo, mas o tempo todo a vida é feita de escolhas. E como isso é ruim. Para mim é um sofrimento ter que escolher.Eu fui fazer Biblioteconomia e depois de um mês estudando saiu a lista da UERJ e poderia ter ido fazer economia lá, mas escolhi continuar na biblioteconomia. Depois os estágios começaram e fiquei ao máximo que podia em cada um deles sem ter que escolher nada. Até escolhi, mas deixei para o último minuto. O velho medo de mudança sempre esteve presente na minha vida.
Domingo fui com outros amigos a Ipanema e lá ficamos matando saudades e tomando banhos alternados entre o mar e o chuveirão. Não refleti nada. Apenas observava as pessoas a nossa volta e comentava quando era engraçado ou estranho. E Ipanema consegue reunir em poucos metros quadrados tribos tão diferentes que nem é preciso levar livro para ler. Basta “ler” as pessoas em volta. Engraçado como piercing e tatuagens ainda estão em alta. Homens e mulheres narcisistas que tomam sol se olhando o tempo todo. Casais de gays se beijando, casais de heteros jogando baralho, amigos de beck em rodinhas, amigos de cerveja, amigos de futvoley, solitários com jornais do dia, “piriguetes” atentas (os) para as oportunidades, turistas com queimaduras de segundo grau e um sol lindo abençoando a democracia praiana. Depois fomos caminhando até Copa para encontrar outro amigo e seu novo namorado. Caminhada linda. A roda gigante da Skol no Forte. A praia lotada e dois ensaios de escolas de samba ao longo da Atlântica. Ficamos sentados em frente ao Copacabana Palace e entre uma foto e outra eu observava calado a beleza da minha cidade. Encontramos o amigo e o namorado calado e conversamos alguns minutos. Os anos passam e as pessoas mudam. Apesar das novidades parecia que estava em uma entrevista. E todos com planos e todos confiantes que tudo dará certo. E assim vim embora pensando em escolhas, planos, realidade, sonhos e como devemos fazer para tomar decisões. Seria entre um mergulho e outro? Entre uma caminhada e outra? Entre uma risada e outra? Entre um choppinho bem gelado e outro? É nesses intervalos de fazer uma coisa e outra que tomamos alguma decisão? E essa decisão é a mais importante das nossas vidas? Tem volta? Temos permissão de desistir? Depois deitei na cama e pensei e pensei que algumas vezes no ano somos convidados a sair do nosso estado de conforto e estou avaliando o convite que provoquei no meio do inferno astral e não sei o que fazer. Queria ser criança de novo para decidir se ia brincar de playmobil ou de explorador.
Esse fim de semana fiquei no Rio e fui os dois dias na praia: reserva na Barra e Ipanema. Passei à tarde com uma grande amiga na reserva conversando e tomando banho de mar. O dia tava lindo, a praia sempre vazia e sem vendedores gritando no nosso ouvido. Senti falta daquele mate geladinho com água duvidosa, mas domingo matei a vontade. Entre um mergulho e outro fiquei pensando na minha vida, olhando o céu azul e claro da Barra, o silêncio imenso no fundo do mar, nos meus 32 anos completados há pouco tempo, no namoro de nove meses, na minha família, nos meus sobrinhos, nos meus poucos amigos, nos livros que eu já li, nos que eu gostaria de ler e nos conselhos que tinha dado minutos atrás para essa amiga. E às vezes eu não percebo, mas o tempo todo a vida é feita de escolhas. E como isso é ruim. Para mim é um sofrimento ter que escolher.Eu fui fazer Biblioteconomia e depois de um mês estudando saiu a lista da UERJ e poderia ter ido fazer economia lá, mas escolhi continuar na biblioteconomia. Depois os estágios começaram e fiquei ao máximo que podia em cada um deles sem ter que escolher nada. Até escolhi, mas deixei para o último minuto. O velho medo de mudança sempre esteve presente na minha vida.
Domingo fui com outros amigos a Ipanema e lá ficamos matando saudades e tomando banhos alternados entre o mar e o chuveirão. Não refleti nada. Apenas observava as pessoas a nossa volta e comentava quando era engraçado ou estranho. E Ipanema consegue reunir em poucos metros quadrados tribos tão diferentes que nem é preciso levar livro para ler. Basta “ler” as pessoas em volta. Engraçado como piercing e tatuagens ainda estão em alta. Homens e mulheres narcisistas que tomam sol se olhando o tempo todo. Casais de gays se beijando, casais de heteros jogando baralho, amigos de beck em rodinhas, amigos de cerveja, amigos de futvoley, solitários com jornais do dia, “piriguetes” atentas (os) para as oportunidades, turistas com queimaduras de segundo grau e um sol lindo abençoando a democracia praiana. Depois fomos caminhando até Copa para encontrar outro amigo e seu novo namorado. Caminhada linda. A roda gigante da Skol no Forte. A praia lotada e dois ensaios de escolas de samba ao longo da Atlântica. Ficamos sentados em frente ao Copacabana Palace e entre uma foto e outra eu observava calado a beleza da minha cidade. Encontramos o amigo e o namorado calado e conversamos alguns minutos. Os anos passam e as pessoas mudam. Apesar das novidades parecia que estava em uma entrevista. E todos com planos e todos confiantes que tudo dará certo. E assim vim embora pensando em escolhas, planos, realidade, sonhos e como devemos fazer para tomar decisões. Seria entre um mergulho e outro? Entre uma caminhada e outra? Entre uma risada e outra? Entre um choppinho bem gelado e outro? É nesses intervalos de fazer uma coisa e outra que tomamos alguma decisão? E essa decisão é a mais importante das nossas vidas? Tem volta? Temos permissão de desistir? Depois deitei na cama e pensei e pensei que algumas vezes no ano somos convidados a sair do nosso estado de conforto e estou avaliando o convite que provoquei no meio do inferno astral e não sei o que fazer. Queria ser criança de novo para decidir se ia brincar de playmobil ou de explorador.