Sunday, April 08, 2007

Dos amores

Amores são sempre possíveis? As possibilidade de amor me lembra o filme bacana da Sandra Werneck que fala sobre destinos. Quantas possibilidades você tem na vida de encontrar uma determinada pessoa e como essas possibilidades poderiam ser diferente?
Sabe aquele coisa que rola de "você chegou na minha vida em uma hora ruim" ! Será mesmo que têm hora pra chegar a vida de alguém? Os que acreditam em destino nunca deveriam falar uma frase dessas, por que o destino não se repete ne? Ou tem aquilo de ter reecontros mesmo e o destino é tão bacana que se esforça pra que você volte a reecontrar a pessoa? E por que logo você que vai ter esse privilégio, hein? Eu não gosto dessa frase aí de hora errada não! Prefiro aquela "não era pra ser"! "Não era pra ser" você pode ficar puto ou feliz quando um relacionamento acaba ou quando o telefone não toca de manhã ou quando você prometeu ligar no dia seguinte e depois de uma semana você recebe um torpedo mal criado e daí você percebe que havia feito tal promessa. Não era pra ser certamente nos deixa mais leve, né?
Eu acredito em destino! Não é a toa que quando vi "Serendipity" fiquei apaixonado! Quer coisa mais bacana de poder testar ali na hora, por diversos métodos bolado pela personagem, de tentar ver se realmente aquela pessoa está no seu destino? Por isso não posso concordar com isso de hora errada! E será que quando a gente morrer vamos nos lamentar ao ver quantas possibilidades tinhamos para esbarrar com aquela pessoa e disperdiçamos?
Não sei o que é amor! Eu suponho um monte de coisas! É possível amar alguém que nos ama? Ou só amamos quando de fato estamos amando? É possível amar alguém que nem sabe da nossa existência? Mas quando é que estamos amando? Quando percebemos aqueles sintomas lá de pernas tremendo ou quando isso tudo passa e as coisas ficam mais tranquilas? Ou aquela fase tranquila q vêm logo depois da paixão é o que podemos chamar de amor?
Camões diz que "Amor é fogo que arde sem se ver..." e eu discordo! Fogo que arde não seria paixão? Não é quando estamos apaixonados que somos impulsivos e menos sensatos? Platão em Fedra e o Banquete fala de um furor que vai do corpo à alma vêm para perturba-la com humores malignos!! "O amor é a vida que ascende por degraus de êxtase para a origem única de tudo o que existe, longe dos corpos e da matéria, longe do que divide e distingue, para além da infelicidade de ser o que é e de ser dois no próprio amor" (ROUGEMONT, 2003). Será que com essa nossa vida moderna e materialista nos afastou do que seria a real essência do amor? Platão ainda fala de outras espécies de furor como o "amor platônico", que seria segundo ele uma espécie de delírio, um arrebatamento da alma!
Se já não temos arrebatamento da alma na vida que chamamos "de real" imagina como que fica esse arrebatamento no mundo virtual ! A gente tecla, vê uma foto ou câmera e bate um papinho que rara vezes vai além da aparência e dali em diante é só idealização! Como será que Platão ou qualquer outro filósofo iria definir um amor que é só ativado através de uma máquina e uma conexão pela Internet? E não é que temos a proeza de nos apaixonar assim mesmo! Eu sempre penso que me apaixono naquilo que eu idealizei, acredito que só conhecemos de fato uns 20 % da vida real da pessoa e daí somente uns 5 % desse mínimo de vida nos agrada, seja beleza, seja o gosto musical e daí os 95 % restante a gente cria ne? Como se fosse um boneco de The Sims! Se esse amor evolui e vem pro tal mundo real aí as coisas ficam interessantes, mas na maioria das vezes o personagem criado tem uma vida tão mais interessante que muitos deixam que ele prevalece na maioria da vezes. E se voltarmos a Platão esse amor aí todo idealizado não seria um amor platônico? Quando você vai lá bisbilhotar o Orkut de alguém por exemplo! Agora preciso saber se quem bisbilhota sente esse tal "delírio divino" hummmm será??
E como será que é ter um amor de papel? É a mesma coisa desses amores de internet ne? Então, o Griffin (personagem do conto Griffin & Sabine - uma correspondência extraordinária do Nick Bantock) acha estranho! E diz isso a Sabine através das cartas trocadas entre eles! Mas a grande questão é quem é essa Sabine? Essa é a pergunta que o leitor, acompanhado por Griffin Moss, um artista solitário de Londres, se faz ao acompanhar a troca de correspondência de Moss com uma mulher misteriosa, que surge em sua vida através de um cartão postal. Apesar de Griffin Moss não ter idéia de quem seja Sabine, ela sabe tudo ao seu respeito. Sabe até mesmo o que ele não contou a ninguém. O que ninguém viu!E, às vezes, parece saber das coisas que nem mesmo Griffin sabia sobre si próprio.
E daí você começa a se perguntar que eles podem ser uma alma gêmea perdida, ou até uma clarividente. Será que Sabine existe? Será que aquela pessoa que você tecla existe ? Será que aquela pessoa que te leva toddosos fins de semana realmente existe? Ou não passa de uma forma concreta de suas idealizações? Camôes diz em seu famoso poema que amor é " é querer estar preso por vontade" e se o amor é coisa tão boa ele não deveria libertar ao invés de nos prender? Não dizem que além de Redbull o amor também não nos dá asas? Por que então que vêm cheio de peso? ou melhor dizendo vai ficando pesado...
Fquei tão confuso com tantas questões que prefiro retomar essas idéias outro dia! No momento não estou amando e muito menos apaixonado e acho estranho estar nesse estado, sabia? Não dizem que só quem ama é feliz? Será que estou infeliz e ainda não percebi ou é tudo ao contrário? Somos felizes quando estamos nesse estado que temos 100 % de nossa sensatez?
Podemos combinar da música do dia ser a primeira de amor que vier a nossa cabeça? Então, nem vou expor ! Cantarole aí no seu cantinho escondido....