Saturday, March 28, 2009

Os F...

Se eu corro até a outra ponta da praia e você desiste no meio do caminho por cansaço ou por medo, ou seja, lá qual o motivo quem é o responsável por isso?
A)O que chegou até o fim, pois ele não esperou.
B)O que chegou até o fim, pois ele deveria ir mais devagar
C)O que chegou por que o tênis dele era muito melhor...
D)O que chegou. Sabe por quê? Porque sim.
E)O que chegou e não se fala mais nisso.
F)Todas as alternativas anteriores.
A questão acima foi desenvolvida pelo cidadão que desistiu no meio do caminho. Logo, não é estranho não estar presente a opção do cidadão que não chegou até o fim ser o responsável. A culpa é sua, exclusivamente sua que chegou primeiro. Quem mandou você ser assim... tão forte. Existem hoje umas idéias importadas dos quadrinhos em que divide as pessoas entre fortes e fracas. Não sei até hoje quando e que horas o super-herói chega para salvar ambos. Sei que há a idéia de que os fracos podem errar, podem bater com a cara na parede, podem dar uma de Amy Winehouse cover, podem bastante coisas. Não digo tudo por que aí também seria sacanagem. Tudo mesmo nem eles querem, pois aí perderiam de vez a chance dos fortes irem lá salva-los.
Os fracos erram quantas vezes for preciso. E precisam ser salvos em quase todas as fases de suas vidas. No grande livro dos fracos publicado no começo dos anos 90 junto com a chegada dos livros de auto-ajuda no mercado editorial eles (os fracos) podem: flertar com outras pessoas, seduzir para levantar o moral, omitir (quando também for necessário), mentir (quando for muito necessário), esquecer datas importantes, simular situações, omitir respostas, ter uma agenda super cheia, sumir de vez em quando e reaparecer quando for seguro. Seguro para eles. Os fortes “o lado A da força” é como se fossem uma espécie de pacotão do SUS: ora médico, ora enfermeiro, ora ambulância. São os fortes que vão lá socorrer os fracos. Os fracos acham um grande mistério como uma pessoa pode ser muita ao mesmo tempo: amigo, amante, irmão, psiquiatra e ainda namorado! No livro “Fortes: de A a Z ” um dos filósofos mais fortes da atualidade diz que: “ os fortes só existem por causa do fracos. Sem os fracos como os fortes poderiam evoluir?” “Existe uma forte relação de interdependência. Os fracos parecem poder azarar todo mundo por aí, meter os pés pelas mãos mas não é bem isso, de perto eles sofrem... sofrem até a próxima recaída”, diz o parapsipedagogologista Paul Xanna. Os espíritas dizem que os fracos são seres menos evoluídos e resta aos fortes ter paciência para ajudá-los nessa jornada.
Os católicos já discordam dessa idéia e acham que os fracos estão afastados da Igreja, deveriam rezar mais o terço ou irão diretamente para o limbo quando morrerem. “Como ponto de partida eu sugiro que comecem a acender velas na internet ou comprar a santa que fala e reza automaticamente de 6 em 6 horas” diz o arcebispo Dom Dom II. Os protestantes acham que é mesmo coisa do demônio e ponto final: “ fogueira santa neles!!” Em nenhum literatura ou religião há defesa para os fortes. Os fortes precisam entender o processo da vida e ponto final. Simples assim. Não se discute também se os fortes podem um dia mudar de lado. “Há uma mudança quando eles mudam de relacionamento. Observei isso com minha criação de galos silvestres e galinhas opacas de bico fino. Quando eles resolvem mudam de galinheiro os que eram fortes podem vir a se tornar fracos, mas isso é muito relativo” diz a bióloga Amazônia Selva da Silva. Relativo ou não a questão é uma realidade muito constante nos dias atuais. Antes de entrar em qualquer relacionamento amoroso ou não você deve se perguntar qual o seu papel nessa relação, em qual lado você se enquadra e qual lado enquadram ou enquadrarão você. É importante também perceber as suas atitudes mais corriqueiras, muita das vezes é ali que as resposta estarão. Não custa nada lembrar que o bom encontro é de dois como diz Vanessa da Mata na música em que ela dá um basta na relação pesada e sem paz a qual vivia. Vale lembrar que o ideal é ter as duas características (forte e fraco) na mesma pessoa. Sem aquela velha estória de pegar as responsabilidades nossas com uma pá e encher o caminhão do outro. Não somos o tempo todo a mesma pessoa, somos múltiplos e para fazer dar certo é preciso cuidado vindo das duas partes, responsabilidade vindo das duas partes, atenção vindo das duas partes, companheirismo vindo das duas partes, amizade vindo das duas partes, cafuné vindo das duas partes, presença vindo das duas partes, agenda com horas vagas vindo das duas partes...